sexta-feira, 20 de julho de 2007

Mundialização: O impacto



A internacionalização dos processos produtivos, a divisão internacional do trabalho, a cooperação económica internacional e consequentes tendências de integração, resultam, objectivamente, do desenvolvimento das sociedades. Estes factores adquiriram nova dimensão nas últimas décadas impossibilitando soluções autárcicas no quadro do superior desenvolvimento dos meios de produção e por impulso da revolução científico-técnica.


O processo de globalização estendeu-se e muito para fora da simples esfera económica. Contudo, os factores objectivos de desenvolvimento, foram controlados, dinamizados e postos ao serviço das grandes forças do capital, regulado pelos governos ao serviço das grandes multinacionais e transnacionais, impulsionado pelas estruturas e instituições mundiais por estas controladas ou criadas – FMI, Banco Mundial, U.E., – traduzindo-se na chamada globalização neoliberal com consequências nefastas para os trabalhadores e para os povos. Assiste-se ao desmantelamento dos aparelhos produtivos das economias mais débeis e ao seu controlo pelas transnacionais da economia mundial, à acentuação das desigualdades e assimetrias no desenvolvimento, ao ataque generalizado aos direitos e regalias dos trabalhadores, nivelando-os pelos padrões mais baixos, à crescente centralização supranacional de decisões e poderes que conduzam à imposição de políticas e ao afastamento crescente dos locais de decisão dos afectados por essas decisões.
A esperada prosperidade e integração mundial estão longe de acontecer. Observa-se sim, hoje, uma profunda desigualdade entre as várias regiões do planeta, sendo que muitas delas encontram-se à margem desses processos de globalização. A miséria, o desemprego, a precarização dos estatutos salariais e a falta de perspectiva atingem grandes parcelas da população mundial, e não só nos denominados países de terceiro mundo, mas também nos países desenvolvidos, embora em menores proporções. Os problemas ecológicos também aumentam. A actual fase do capitalismo mundial caracteriza-se pelo baixo crescimento econômico e pela instabilidade permanente que atinge o sistema mundial, não apenas em sua dimensão econômico-financeira, mas em aspectos geopolíticos e sociais.

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