sexta-feira, 20 de julho de 2007

Perguntas e Respostas

Qual a diferença entre Globalização, Mundialização e Internacionalização?

Globalização e Mundialização são quase sinónimos. Os americanos falam em globalização. Os franceses preferem mundialização. Internacionalização pode designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional.

Quando o mundo começou a ficar globalizado?


Fala-se em início dos anos 80, quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. Outros acreditam que a globalização começou mais tarde com a queda das barreiras comerciais.

Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer parte do mundo?


Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo produto em qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padronização dos produtos (roupa Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundialmente unificada de marketing, destinada a uniformizar sua imagem junto aos consumidores.

A globalização vai deixar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres?


No seu relatório deste ano sobre o desenvolvimento humano, a ONU comprova que a globalização está a tornar os países ricos mais ricos, e os pobres, mais pobres. Há muitos motivos para isso.

Alguns deles: a redução das tarifas de importação beneficiou muito mais os produtos exportados pelos mais ricos. Os países mais ricos continuam a subsidiar seus produtos agrícolas, inviabilizando as exportações dos mais pobres.

A Mundialização e o sociólogo:



Mundialização da sociedade é a convergência dos modos de vida. No plano cultural, é a difusão de uma cultura universal planetária (por meio de marcos emblemáticos: como Coca-Cola, Disney, os Jogos Olímpicos...), paralelamente a processos de mestiçagem (até de “crioulização”) dos modos de expressão cultural de dimensão universal, fazendo empréstimos a partir das culturas locais, re-apropriados depois, por estas mesmas culturas.

Mundialização: O impacto



A internacionalização dos processos produtivos, a divisão internacional do trabalho, a cooperação económica internacional e consequentes tendências de integração, resultam, objectivamente, do desenvolvimento das sociedades. Estes factores adquiriram nova dimensão nas últimas décadas impossibilitando soluções autárcicas no quadro do superior desenvolvimento dos meios de produção e por impulso da revolução científico-técnica.


O processo de globalização estendeu-se e muito para fora da simples esfera económica. Contudo, os factores objectivos de desenvolvimento, foram controlados, dinamizados e postos ao serviço das grandes forças do capital, regulado pelos governos ao serviço das grandes multinacionais e transnacionais, impulsionado pelas estruturas e instituições mundiais por estas controladas ou criadas – FMI, Banco Mundial, U.E., – traduzindo-se na chamada globalização neoliberal com consequências nefastas para os trabalhadores e para os povos. Assiste-se ao desmantelamento dos aparelhos produtivos das economias mais débeis e ao seu controlo pelas transnacionais da economia mundial, à acentuação das desigualdades e assimetrias no desenvolvimento, ao ataque generalizado aos direitos e regalias dos trabalhadores, nivelando-os pelos padrões mais baixos, à crescente centralização supranacional de decisões e poderes que conduzam à imposição de políticas e ao afastamento crescente dos locais de decisão dos afectados por essas decisões.
A esperada prosperidade e integração mundial estão longe de acontecer. Observa-se sim, hoje, uma profunda desigualdade entre as várias regiões do planeta, sendo que muitas delas encontram-se à margem desses processos de globalização. A miséria, o desemprego, a precarização dos estatutos salariais e a falta de perspectiva atingem grandes parcelas da população mundial, e não só nos denominados países de terceiro mundo, mas também nos países desenvolvidos, embora em menores proporções. Os problemas ecológicos também aumentam. A actual fase do capitalismo mundial caracteriza-se pelo baixo crescimento econômico e pela instabilidade permanente que atinge o sistema mundial, não apenas em sua dimensão econômico-financeira, mas em aspectos geopolíticos e sociais.

Globalização Económica (Mundialização)


O fenómeno da mundialização da economia foi considerado pelo Conselho Europeu como um dos principais desafios que a União Europeia tem de enfrentar. Caracteriza-se por um processo de integração económica crescente da economia mundial, impulsionado pelos seguintes factores:

•liberalização do comércio internacional e dos movimentos de capitais;
•aceleração do progresso tecnológico e advento da sociedade da informação;
•desregulamentação.

Estes três elementos reforçam-se entre sí, já que o progresso tecnológico incentiva o comércio internacional e o comércio internacional permite uma melhor difusão do progresso tecnológico. Paralelamente, a desregulamentação estimula o desenvolvimento das novas tecnologias e contribui para suprimir os obstáculos ao comércio. No entanto, alguns meios criticam o progresso tecnológico por proporcionar às empresas e aos particulares a possibilidade de contornar mais facilmente as regulamentações nacionais.

O termo "mundialização económica" designa o quadro político e institucional no qual um modo específico de funcionamento do capitalismo foi se constituindo, desde o início dos anos 8O, em decorrência das políticas de liberalização e de desregulamentação das trocas, do trabalho e das finanças adotadas pelos governos dos países industriais, encabeçados pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha.